Comemorando os 10 anos do Programa Um Olhar para o Outro

Artigo de opinião de duas ex-alunas da IENH que participaram do Programa
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Comemorando os 10 anos do Programa Um Olhar para o Outro

Em 2015, o Programa Um Olhar para o Outro completa 10 anos de existência. Para comemorarmos essa data especial, algumas postagens referentes ao Programa serão publicadas.

Acompanhe o artigo de opinião produzido pelas ex-alunas do Ensino Médio da IENH – Unidade Fundação Evangélica – Marina Biehl e Vitória Ferrari. Elas foram alunas da IENH até ano passado e participaram do Programa nesse período.

A ação que faz a diferença

Conforme o famoso escritor Augusto Cury, “Solidariedade é enxergar no próximo as lágrimas nunca choradas e as angústias nunca verbalizadas”. Essa frase se adéqua ao programa social “Um Olhar Para o Outro”, que desenvolvemos na escola Fundação Evangélica em 2013, no qual fomos ao Lar João e Maria – uma casa de passagem para crianças e jovens em Novo Hamburgo. Lá, tivemos a oportunidade de entrar em contato com realidades diferentes das que estamos acostumadas.

Na entidade, as crianças possuem uma rotina muito rigorosa e, por isso, tínhamos muita dificuldade de realizar as atividades que queríamos propor. Por consequência, muitas vezes participávamos de suas rotinas e, ao contrário do que pensávamos, saíamos de lá com um sentimento de realização por termos ajudado-os, como quando fomos a um centro de doações, no qual as pessoas doavam suas roupas e as entidades podiam escolher um determinado número de peças. Lá, ajudamos as crianças a escolher roupas adequadas e que mais precisavam, a partir de uma lista feita pelos responsáveis pelas crianças. Não há como negar que este dia mexeu conosco, pois além do reduzido número de peças, também havia pouca numeração de tamanho e as crianças muitas vezes queriam roupas que não estavam na lista, como tamancos e boinas e, por não serem as mais apropriadas, tivemos que dizer não, o que nos cortou o coração, já que parecia que as estávamos privando de mais coisas do que já as privaram.

Dado o exposto, aprendemos muito com a experiência que tivemos através do projeto social, como o valor da doação, pois não tínhamos nenhuma ideia de como isso funcionava e de como qualquer ajuda, por menor que seja, já faz a diferença. Por razões evidentes, pensamos que é de grande valor que as escolas incorporem o projeto social em seus currículos, já que, com isso, alunos poderão tornar-se pessoas mais solidárias e mais preocupadas com a qualidade de vida dos outros.

Ao contrário do que antes pensávamos, o projeto social foi de extrema importância para o aprimoramento da nossa concepção de mundo, e ainda mais importante para as crianças, pois percebemos que tivemos um grande impacto em suas vidas, tanto que perguntaram, ao final do projeto, se voltaríamos a vê-las. Com isso, chegamos à conclusão de que o projeto social foi uma experiência para levar para a vida e, com certeza, compartilharemos nossas aprendizagens e incentivaremos outros a participarem também.