Passado o Fórum Social do Ensino Médio, em que os 10 anos do Programa Social Um Olhar para o Outro foi comemorado, hoje é dia de uma nova publicação da série especial sobre o Programa.
As ex-alunas Nathália Souza e Renata Adam, que participaram do Programa em 2013, falam sobre a experiência no artigo de opinião que segue abaixo.
Projeto do bem
Ao passar um período vivenciando diferentes realidades das quais estamos acostumadas, é possível perceber que existem pessoas que necessitam de uma atenção maior. A fim de nos proporcionar uma atividade social, a escola Fundação Evangélica nos ensinou a zelar pelo próximo. Ao contrário do que pensam sobre projetos sociais, com a ideia de apenas ajudar quem necessita, o trabalho de “olhar para o outro” requer determinação, responsabilidade, afeto, educação, entre outros. E, com certeza, ao participar de uma ação nobre, aprendemos e percebemos que na realidade em que vivemos há muitas situações que não fazemos ideia de que ocorrem.
O projeto foi realizado em uma entidade com crianças de 03 a 05 anos. Ficamos surpresas com a receptividade que obtivemos ao chegar ao local, elas estavam sempre dispostas a novas atividades proporcionadas por nós. Muitas vezes, fomos pegas de surpresa, com histórias que ouvíamos sobre os acontecimentos nas casas dessas pequenas pessoas, pois era difícil de entender, e até mesmo acreditar, que situações como aquelas aconteciam, tão perto de nós e não estava ao nosso alcance interferir. Havia uma menina, que estava sempre por perto nos contando suas histórias e, certo dia, ela comentou que não queria voltar para casa, pois apanhava do pai. Aquelas palavras nos chocaram e a única ação que tivemos no momento foi abraçar aquela pobre menina. Coisas como essa acontecem em várias famílias e é inadmissível ter que aceitar.
Participar desses momentos nos fez ter mais compaixão e enfrentar essa realidade com outros olhos, tanto que seria uma honra ter essa experiência novamente. A alegria daquelas crianças quando chegávamos e a tristeza de quando íamos embora, sempre pedindo para ficarmos mais um tempo, era radiante. Tocou-nos de uma forma, que queremos repassar essa experiência para todos e dizer que sim, vale à pena, nem se quer por um instante, dedicar nosso tempo para projetos como esse, que nos ensinam a sermos cidadãos solidários, que se preocupam e querem ajudar. É muito gratificante saber que fomos, uma vez, o motivo do sorriso no rosto daquelas crianças que, com certeza, ocuparam um lugar em nossos corações.