Postagens Especiais – 10 anos do Programa Um Olhar para o Outro

Afonso Fröhlich e Gabriel Kunst Bohnen são os autores do artigo de opinião
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Postagens Especiais – 10 anos do Programa Um Olhar para o Outro

Seguindo as postagens especiais em comemoração aos 10 anos do Programa Social Um Olhar para o Outro, hoje vamos publicar o artigo de opinião desenvolvido pelos ex-alunos da IENH que já participaram do Programa - Afonso Fröhlich e Gabriel Kunst Bohnen.

Edificando as bases para um futuro sólido 

Vivemos em um país heterogêneo, onde cada dia convivemos com as mais diversas situações de desigualdade social e com pessoas que clamam por serem vistas pela sociedade. A vulnerabilidade social é um dos grandes problemas enfrentados hoje por nossos gestores públicos, e uma das formas mais eficientes para combatê-la é através da elaboração de projetos sociais.

Esses projetos buscam a reestruturação social, cultural e educacional das classes desfavorecidas para uma vivência digna em sociedade. É evidente que o grupo que mais carece desses incentivos é o das crianças e jovens. Estes precisam de uma atenção especial por estarem com seu caráter em processo de formação e por serem vulneráveis, já que ainda não amadureceram social, emocional e psicologicamente. Muitos podem ser vítimas do descaso de suas famílias e de sua realidade.

Encaramos essa realidade ao sermos desafiados pela nossa escola, Fundação Evangélica, a sermos os protagonistas de uma pequena mudança social. Nossa missão era desenvolver uma proposta de projeto social em alguma entidade carente. Contribuiríamos para dar um pouco de alegria para algumas pessoas com realidades diferentes das nossas.

Escolhemos um lar de crianças, e pudemos ver pelo menos um pouco do que é a realidade dessas pessoas que não têm, em suas famílias, uma base sólida para um crescimento saudável. A entidade que visitamos é a única opção para essas crianças, pois são mandadas para lá em último caso, quando o conselho tutelar determina que a casa da família não é mais um lugar seguro para o desenvolvimento da criança e os pais já não são a melhor opção para a educação do menor. Muitas dessas crianças foram violentadas ou até abusadas por algum familiar. Isso acaba gerando danos irreparáveis em sua formação como indivíduo.

Essas crianças buscam, acima de tudo, atenção e cuidado, o que não lhes foi dada por seus pais. Com nossas visitas, procuramos dar um pouco de carinho que essas crianças não receberam. Buscamos ouvi-las, propor atividades educativas e participar de uma parte de suas vidas, e elas também acabaram participando de uma parte das nossas. Vários desafios nos foram apresentados no meio do caminho, muitos deles fora de nossa realidade, e com eles tivemos que aprender a lidar com as mais adversas situações.

Certo é que no final dessa jornada, as crianças aprenderam um pouco conosco, mas principalmente nós aprendemos muito com eles. O que no começo era uma obrigação curricular imposta pela escola, acabou se tornando um momento prazeroso e contribuiu muito para a nossa formação. Essa oportunidade nos deu novos olhos para as diversas realidades existentes e nos possibilitou a percepção da importância que os projetos sociais têm na formação de um futuro melhor para crianças e jovens, pois acreditamos que esses ainda podem contornar a sua realidade e tornarem-se grandes cidadãos.